O
território do Sisal, mais conhecido como região Sisaleira da Bahia, está localizado no semi-árido nordeste do estado (a pouco mais de 200 km de
Salvador). São quase 800 mil habitantes na região sisaleira, distribuídos em 25
municípios.
História
Na região
sisaleira, a planta do sisal
chegou em 1910, no município de Santa
luz. Segundo Nelci Lima da Cruz, poeta e escritor do município, o
sisal foi importado da Paraíba
para a fazenda Bebedouro em Santa Luz.
A partir
daí, a planta progrediu se expandindo para toda região. Os municípios de Santa
luz(conhecida como a capital do Sisal), São Domingos, Valente e Conceição
do Coité são os que mais se destacaram na produção e cultivo do
sisal e se tornaram referências nessa área.
Mas, hoje em dia Conceição
do Coité têm a maior produção de Sisal.
Cultura
A região
do Sisal tem uma cultura bastante diversificada, onde tradicões antigas tentam
resistir à modernização que aos poucos modifica alguns cenários da região.
Tradições como o Reisado, o Boi Roubado e a Literatura de Cordel possuem fiéis
adeptos. Existem ainda os grupos de cantiga de roda como o Cantadeiras do Sisal
e diversos grupos de teatros que em sua maioria integram jovens. Alguns municípios
como São Domingos realizam semanas de cultura, Salgadália, distrito de
Conceição do Coité realiza uma das mais tradicionais semanas de cultura. O
maior evento cultural da região é Festa da Quixabeira que reúne as principais
manifestações culturais num grande evento sempre realizado em diferentes
cidades.
Movimento
social
O território
Sisaleiro é famoso pela atuação do terceiro setor nos seus diversos municípios,
o associativismo e cooperativismo são práticas comuns na região. As
instituições com maior atuação na região são as associações de agricultores,
sindicatos de trabalhadores rurais e cooperativas. Abaixo
segue lista das três entidades da sociedade civis mais conhecidas com atuação
na região do Sisal.
- Codes Sisal (Conselho de Desenvolvimento Sutentável do Território do Sisal) O Codes Sisal é a entidade que serve como porta-voz de todo o território junto aos governos Estadual e Federal;
- APAEB Valente (Associação de Desenvolvimento Sustentável Solidário da Região do Sisal). Localizada no município de Valente, A APAEB emprega cerca de 800 pessoas diretamente, mantendo uma das maiores indústrias de Tapetes e Carpetes de Sisal do país, além de uma escola agrícola, um laticínio dentre outras atividades como assistência técnica rural. A APAEB é composta por uma diretoria eleita por sócios que se reúnem periodicamente em assembléia geral. A Associação já ganhou dezenas de prêmios no Brasil e Exterior, tanto pelo seu formato de gestão, quanto pelas ações de desenvolvimento sustentável.
- MOC (Movimento de Organização Comunitária) Conhecida por ser a terceira maior ONG do país, o MOC tem sede em Feira de Santana, mas a sua atuação é destaque principalmente em municípios da Região Sisaleia. O MOC atua através de parceria com instituições da Sociedade Civil, prestando assessoria técnica e pedagógica, e promovendo campanhas com objetivos comunitários. A ONG já ganhou diversos prêmios por suas atividades.
Comunicação
O veículo de comunicação de maior
impacto, presente na Região Sisaleira é a rádio
comunitária, quase todos os municípios possuem pelo menos uma rádio, muitas
delas ainda em processo de legalização, e por isso constantemente são
fiscalizadas pela ANATEL
(Agência Nacional de Telecomunicações). Muitas dessas rádios já tiveram
equipamentos lacrados após serem visitadas por fiscais da Agência. Algumas
destas rádios são filiadas à ABRAÇO-SISAL que por sua vez se integra à ABRAÇO
(Associação Brasileira de Rádios Comunitárias). A sede da ABRAÇO sisal está
localizada no município de Valente.
A região também é coberta por jornais impressos a exemplo do Diário Nordestino, mantido pelo ICOJUDE (formado por jovens), dentre outros.
A região sisaleira já contou com duas iniciativas de produção televisiva, como a da TV Cultura do Sertão sediada em Conceição do Coité, mantida pela função Bailon Carneiro. A TV Cultura do Sertão encontra-se desativada, por falta de recursos financeiros para sua reestruturação.
Outra experiência de produção de TV é a do
município de Valente
com o informativo Jornal de Valente, que desde setembro de 2003 era veiculado
no canal 7. O Jornal
de Valente
é uma iniciativa da APAEB-Valente, com o apoio de uma instituição Belga chamada
Volens. O jornal era veiculado diariamente com meia hora de duração. Em junho
de 2007, uma ação conjunta entre a Anatel e a Polícia Federal, levaram o
transmissor da TV, que há mais de dez anos aguarda a tramitação de seu pedido
de concessão em Brasília. Atualmente (2008) a TV Valente como sempre foi
conhecida funciona como uma produtora, realizando videos institucionais,
educativos e culturais, a exemplo do documentário "Vamos roubar um
boi?", em parceria com a agência mandacaru e o MOC.
A região também é atendida por informativos eletrônicos, veiculados através de e-mail, a exemplo do que é produzido pelo MOC, Movimento de Organi
zação Comunitária, que
destaca dentre outras, ações de caráter comunitario em vários municípios do
território Sisaleiro. Existe a ainda a AMAC (Agência Mandacarú de Comunicação)
sediada no município de Retirolândia.
A agência de notícias é mantida por
jovens, alguns deles remanescentes do projeto Jovens Comunicadores Sociais, que
era mantido pelo MOC.
Economia
Além das atividades de exploração do sisal,
que enfrentou um período de decadência após os anos 70, e das
pedreiras, a base econômica é a pecuária extensiva e a agricultura
familiar de subsistência, sujeita a longos períodos de seca que ciclicamente atingem a região. Ainda assim, a agriculltura familiar é uma das principais atividades econômicas da região.
O sisal é destinado em boa parte à indústria de tapetes e carpetes da APAEB-Valente (com mais de 600 empregos diretos) e outras de menor porte que trabalham diversos produtos à partir da fibra do sisal como cordas e fios. Estes produtos - principalmente os tapetes e carpetes - abastecem os mercados internos e externos, pricinpalmente a Europa, os Estados Unidos, Chile e Argentina.
O artesanato também é uma das principais fontes de renda na região, feito principalmente do Sisal. Iniciativas como a da Cooperafis (cooperativa de composta por mulheres) sediada no município de Valente são reconhecidas nacionalmente.
O sisal é destinado em boa parte à indústria de tapetes e carpetes da APAEB-Valente (com mais de 600 empregos diretos) e outras de menor porte que trabalham diversos produtos à partir da fibra do sisal como cordas e fios. Estes produtos - principalmente os tapetes e carpetes - abastecem os mercados internos e externos, pricinpalmente a Europa, os Estados Unidos, Chile e Argentina.
O artesanato também é uma das principais fontes de renda na região, feito principalmente do Sisal. Iniciativas como a da Cooperafis (cooperativa de composta por mulheres) sediada no município de Valente são reconhecidas nacionalmente.
Fator político
Em uma região castigada pela seca, a cadeia produtiva do sisal é um dos fatores econômicos mais fortes. A renda per capita no território sisaleiro é de R$ 80,57. A maior atividade produtiva, a comercialização do sisal, sofre com a falta de incentivos políticos. Com esforço e dedicação, as entidades da sociedade cívil vêm buscando alternativas para melhorar a qualidade de vida do produtor e do processo de trabalho que envolve o sisal, destaque para a APAEB-Valente.Apartir dos anos 50, o sisal nesta região vem sendo pautado por diversas organizações do campo popular, com o intuito de buscar perspectivas para o fortalecimento dessa cadeia.
Fator Político
O clima semi-árido da região sisaleira é caracterizado por longos
períodos de estiagem e baixa média pluviométrica, entre 300 e 550 mm ao
ano, tornando o solo da região ácido e extremamente fértil. O pediplano
sertanejo, os planaltos e tabuleiros caracterizam o relevo regional. Os
rios e riachos são em grande maioria intermitentes e quase todos
bloqueados por barragens, que servem como reservatórios de água. Devido a
baixa pluviosidade e a acidez do solo, os lençóis freáticos são geralmente salobros. A vegetação é caracterizada pela caatinga, cerrado e vegetação arbórea aberta. Todos estes fatores climáticos foram determinantes para a adaptação, implantação e sucesso do sisal na região.