

Elvio
já trabalhou no Hospital que é dirigido pelo Eduardo Crispiniano, como
técnico em enfermagem, e o policial imagina que ele teve acesso ao
documento e utilizou para ser contratado, “porém o caso foi entregue a
delegada Rosângela que irá continuar as investigações”, finalizou.
Preso em Lagarto
Elvio Silvio Rocha chegou a prestar atendimento
no Hospital N. S. da Conceição na cidade de Lagarto e foi preso em
flagrante no dia 17 de maio de 2010. Ele chegou a trabalhar pouco mais
de 15 dias na unidade hospitalar como clínico geral. Neste caso ele usou
o registro profissional do médico acunputurista Orlando Costa Tavares.
A
farsa começou a ser descoberta no Estado de Sergipe quando
Elvio decidiu fazer compras na cidade usando o nome do médico
verdadeiro. Ele tentou comprar um carro, e como procedimento comum, a
concessionária ligou para números de familiares para confirmar
endereços, entre outras coisas.
O pai do médico Orlando Jacilando Tavares, recebeu a ligação e desconfiou de imediato do crime e resolveu ele mesmo averiguar. Saiu de sua residência em Aracaju e foi à Lagarto. Se passando de paciente foi ao Hospital e pediu uma consulta com o então seu “filho” Dr. Orlando. Foi atendido e chegou a dialogar com o falsário, onde perguntou o nome do pai dele, no qual ele respondeu que seria um “Aderbal”. Ao sair do hospital, Jacilando foi direto para a delegacia regional e prestou queixa e os policiais de prontidão foram até o hospital e prenderam em flagrante.
Além de Lagarto, há
suspeita que ele tenha trabalhado nas cidades sergipanas de Riachão e
Poço Verde. Na Bahia, ele confessou a polícia que “trabalhou” em Rio
Real e Alagoinhas. A polícia já sabe que Elvio cursou dois anos de
faculdade de medicina, mas não chegou a concluir.
Comportamento estranho
– Sem explicação, o médico saiu do Hospital e foi visto por um
motorista da ambulância, no seu veículo, um Celta Vermelho, em alta
velocidade, sentido Conceição do Coité. Pouco tempo depois de sair do
Hospital, ele ligou para uma enfermeira e disse que seu filho estava
passando mal e que estaria indo urgentemente a cidade de São Paulo. “Ele
tinha um comportamento estranho mesmo. Ele só estacionava o carro na
frente e os outros médicos estacionam na parte de trás. No dia do
apagão, ele botou um colchão no chão e dormiu na área de atendimento,
alegando calor”, contou um dos vigilantes, que pediu para não ser
identificado. Em tom de ironia, ele disse que um dos seus colegas teve
um problema no braço e ele deu um atestado de dez dias. “Era um homem
generoso”, sorriu.
Apesar do contato com o
secretário de Saúde, Cláudio Inocêncio e da tentativa, sem êxito, com um
servidor público de pré-nome Alberi, que trabalha no Hospital Santo
Antonio, não conseguiu saber quais os procedimentos para contratação de
médicos no município.
Secretario
de saúde agiu rápido – O secretário de saúde do município, Claudio
Inocêncio não quis falar sobre o assunto, apenas disse que
buscasse as informações com a polícia. Inocêncio agiu rápido no sentido
de providenciar um médico para o plantão e ás 19h já havia uma
profissional atendendo as emergências. Assim que nova plantonista
começou atender, chegou com fortes dores no pescoço o aposentado Rafael
Tito da Silva, 78 anos, residente na Comunidade do Tanque Novo. Segundo
uma neta, que expôs uma receita assinada pelo falso médico, seu avô
chegou ás 11h e foi atendido por Elvio, que manteve em observação até ás
15h, depois que medicou diazepam e aplicou três injeções.
“Quando chegamos em casa, o quadro dele não melhorou e nós voltamos aqui
para o Hospital”, contou. Neste sábado, segundo informações da polícia,
ele chegou a fazer um parto.
Fonte: CN