sábado, 29 de outubro de 2011

Araci: Radio Cultura FM no Encontro do Prosa Rural em Brasília


Mais de 50 comunicadores das Unidades da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e da Oepas – Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária, participaram de um Encontro enfatizando o programa semanal de rádio da Embrapa,Prosa Rural e como mantê-lo junto aos ouvintes e melhorar seu perfil como programa que leva ao jovem rural e ao agricultor familiar, tecnologias geradas pela pesquisa.



O encontro com comunicadores tinha como público alvo principalmente os que têm maior experiência em rádio e em desenvolvimento de programas locais especialmente os gerados e apresentados pelas Rádios Comunitárias com as quais o Prosa Rural vem mantendo parceria há oito anos.

A Rádio Comunitária Cultura FM de Araci vem desenvolvendo essa parceria como outras emissoras que se utilizam de um programa radiofônico típico, com linguagem do homem do campo, como é o caso do Orvalho Sertanejo, apresentado por Pedro Lopes, que estereotipa seu ouvinte e com seu jeito tabaréu (no caso do Araci do Raso) conquista a fidelidade na manutenção do diálogo com o agricultor rural.

O presidente da Cultura FM de Araci, José Socorro da Silva, que também é apresentador de um líder de audiência chamado Patrulha da Cidade, foi convidado pela Embrapa e esteve em Brasília participando do encontro. Segundo Zé Socorro, somente a Cultura FM de Araci foi privilegiada na região por ser usada pela Embrapa como uma ferramenta de fazer transferência de tecnologia do Ministério da Cultura pela veiculação do Programa Prosa Rural.

Fomos bem recebidos e bem hospedados em Brasília, chegamos e saímos com todas as despesas pagas pela Embrapa e me senti privilegiado por poder representar nosso Araci participando efetivamente do encontro, disse Zé Socorro.

O representante da Cultura FM Araci, durante quarenta minutos falou sobre a rádio comunitária que dirige em Araci, de seus programas e de como é difícil fazer rádio no interior onde os principais parceiros como comerciantes são pequenos, poucos investem em publicidade e ainda enfrenta a proibição de faturar livremente como as rádios comerciais. Falou que os locutores da única emissora local são voluntários, mesmo assim mantém uma rica grade de programação que acaba ajudando a cidade, as instituições e o poder público sem poder cobrar deles alguma coisa a não ser em forma de apoio cultural de bem poucos.

José Socorro levou material como amostra dos trabalhos da emissora, alguns spots e resumo de programas e ficou feliz além de surpreso com os aplausos que teve ao apresentar uma amostra do programa Orvalho Sertanejo, apresentado por Pedro Lopes todas as manhãs no horário das seis às sete horas. Seu jeito roceiro de falar arrastado, as expressões tabaroas, caipiras e as palavras erradas e truncadas como “cumpade Chico” “cumade Zefinha”, ou “Maria Fulô”, “já pegou o jegue preto?”, “Digaí cumpade Ontôio, cadê o Armerino?” E assim vai… Foi um sucesso esse estereótipo apresentado por Pedro Lopes e foi aplaudido de longe pelos colegas radialistas no Encontro, comemorou orgulhoso o companheiro Zé Socorro.

José Socorro comentou que escutou de um companheiro radialista da Amazônia que admirava a forma livre com que ele apresenta o Patrulha da Cidade depois de escutar alguns spots de seu programa e lamentou não ter a mesma liberdade de fazer como ele faz como colega de emissora comunitária o que é difícil para quem trabalha com rádios comerciais cuja maioria delas em quase todo país estão nas mãos de grupos políticos, sindicais ou religiosos e esse estilo de comunicação nos engessa a nossa língua.

O radialista aracience voltou de Brasília encantado com a performance da capital do país e como ainda não conhecia o planalto central disse se sentir orgulhoso de ser brasileiro por poder ver uma cidade daquela envergadura, ele que já esteve nas maiores metrópoles do mundo.

Fonte: Portal Folha