domingo, 5 de junho de 2011

Dona Cantú, uma centenária de muita história



Cantionilia Araújo, uma idosa de 100 anos de idade e muita historia pra contar.

 Nasceu no dia 07.01.1911 na época da enchente do rio jacobina em um lugar chamado Rio da Prata em Araci. Viveu a sua juventude e vive até hoje no povoado Campo do Eloi, a 33 km de Araci.  Ela conta que quando chegou ao distrito de Pedra Alta, o lugar tinha em média 20 casas, e o povo vinha pro Raso (Araci) fazer feira.


Dona Cantú, como é chamada, trabalhava na roça, fazia esteira, tirava lama de tanque, e já amansou muito burro brabo. Conta que já foi umas três viagens para a cidade de  Tucano a pé levando cesto de banana pra vender, e também foi várias vezes à Santa Luz.

"-Tô muito boa das vistas, tô com as vistas curta mais ainda enxergo, meu problema é só as pernas que estão fracas, mais durmo o dia todo, e ainda tenho sono pra  dormir a noite”, diz ela rindo.

A alimentação da época, era peixe que ela mesmo pegava e fazia pirão e farofa, nem feijão conhecia direito, tomava café com leite, café com farinha, umbuzada e comia animais de caça.

"- Já mim casei, só nunca  tive filhos, namorar naquele tempo, nem namorava, apenas se via, e só iria ver depois de 5, 6 anos pro casamento, e ainda depois que casava, ficava de 6 à 7 dias na casa dos pais até que o noivo vinhesse buscar. Quando a moça se perdia(perdia a virgindade), o pai levava para outras bandas(lugares distante), para que as outras mulheres não soubessem, e só iria casa-se com 50, 60 anos de idade". Conta dona Cantú emocionada.


“-Nos ficávamos num rio, quando o povo falava de Lampião, (Rei do Cangaço) a gente corria pro mato com medo, Eu, meu Pai, minha Mãe e meus Irmãos, ficávamos de baixo de um pé de umbuzeiro escondidos. Ele andou pela fazenda Gameleira(à 5 km de Pedra Alta), e ele matava os animais e só comia a parte da frente, a parte de traz do animal ficava jogada, minha Mãe e meu Pai, ia buscar a carne que ficava, e ainda escolhia as partes melhores, as ruim ficavam para os urubus”. Fala Cantú com clareza.

Sobre São Paulo, ela conta que nem se ouvia falar, conta que o povo só falava de Pedra Alta, Araci, Tucano, Santa Luz, Serrinha e outros lugares da redondeza.

Dona Cantú hoje vive com o sobrinho e a família dele. Com clareza, ela se lembra de muita coisa, não tem nenhum problema de memória, e esta muito bem de saúde.

Imagens

 Dona Cantú só reclama das pernas que estão fracas

      Casa onde dona Cantú morava



Por: Toni Jr