Foi sepultado ás 11h da manhã desta terça-feira (21), no cemitério
de Conceição do Coité, o corpo do engenheiro químico e diretor
administrativo da Associação de Farmácias e Drogarias do Nordeste
(ASSOFARNE – Rede Boafarma), Albérico Pinto Lopes, 60 anos.

O
diretor, pouco vinha a Coité e da última vez, depois de seis anos
ausente, passou o final de semana dos dias 11 e 12 de dezembro
visitando diversas casas de parentes e esteve nesta mesma clinica do
sobrinho onde foi velado parabenizando pela estrutura. “Ele era sério,
alegre, trabalhador e no sábado foi a minha casa, olhou vários álbuns
com fotos da nossa família, lembrou dos seus pais ao vê alguns móveis
que pertenciam a eles e hoje estão comigo. ” Tenho a consiência
tranquila que nem tudo que a imprensa fala negativamente dele é verdade.
Ele
será inesquecível e não entendemos com fez isto, pois era uma pessoa
boa”, falou ao CN a irmã de criação e prima de primeiro grau, Eurenice
Lopes do Carmo.

Como aconteceu o crime
– Quando a polícia chegou à sede da rede Boa Farma, a porta de acesso a
sala do presidente estava trancada por dentro e de fora, ouvia-se um
gemido, foi quando os policiais arrombaram e deram de cara com os dois
ensanguentados. Waldir agonizava sob a mesa de trabalho com uma
perfuração na cabeça e imediatamente uma guarnição da polícia prestou
socorro levando para o HGE. Já Alberto, estava sentado numa cadeira,
coma a cabeça virada para o lado direito, a boca sangrando e o braço
direito estendido em direção á arma caída ao lado.

De acordo com o delegado plantonista da 16ª Delegacia da
Pituba, André Carneiro, por volta das 10 horas do dia do crime,
Albérico foi até a sala do presidente e matou com três tiros o
presidente, Waldir Mattos Régis e depois, o acusado teria se suicidado.
Ainda
segundo a polícia, a principal testemunha é uma pessoa que estava sendo
entrevistada pelo presidente e assistiu toda a violência, mas nada
sofreu, apesar de estar sentada na frente da vítima. Outras pessoas
afirmaram terem ouvido uma voz de mulher pedindo para que a discussão
parasse. De acordo com Carlos Brandi, vizinho da sede da empresa, uma
mulher teria gritado, antes dos disparos: “faz isso não”.
Os
funcionários da empresa, após ouvirem os tiros, correram para a sala do
presidente e se depararam com a trágica cena. Waldir ainda foi
socorrido pelos militares da 13ª Companhia Independente da Polícia
Militar (CIPM) ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas morreu antes dos
primeiros socorros. Albérico teve morte instantânea.

Eleição pode ser a causa do crime -
Funcionários da rede, que conta com 116 farmácias na cidade, disseram
que Albérico e Waldir discordavam sobre a eleição da nova diretoria da
rede. Segundo Milton Mutti, assessor do presidente, este foi o motivo
da tragédia. “Agora mesmo, ia ter eleição, para presidir de novo a
rede. Ele foi impossibilitado de ser candidato por ser inadimplente,
por não ter farmácia. Então ele (Albérico) ficou sem poder competir. E
a loucura dele foi justamente essa. Ele dizia que se não podia o outro
também não iria ser nunca”, afirmou.
Na tarde de segunda-feira, o
Focus preto, placa JSE-2078, do presidente da rede, continuava na
garagem da empresa. “Os funcionários deixaram o local assim que o corpo
de Albérico foi removido para o Instituto Médico Legal”, informou uma
vizinha, dizendo-se ainda chocada com o crime registrado pela manhã.

Segundo ex-alunos, sua curta
administração gerou, inclusive, uma mobilização de estudantes. A vítima
foi ainda superintendente do Banco do Nordeste do Brasil, onde se
aposentou.
Fonte: Calila Notícias