terça-feira, 25 de setembro de 2012

Araci: Equipe de Paleontologia da UFRB retornam ao povoado de Lagoa Escura

Uma equipe de paleontologia da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) esteve na localidade de Lagoa Escura, no município de Araci, no domingo (23), e coletaram ossos de mastodontes, cavalos extintos, e gliptodonte, um tipo de primo gigante do tatu. De acordo com a doutora em paleontologia da UFRB, Carolina Scherer, a equipe foi acionada pelos moradores que encontraram as ossadas de animais pré-históricos no dia 5 de setembro.

"Fomos chamados por moradores e conseguimos coletar muitos materiais, inclusive recebemos materiais colhidos anteriormente pelos moradores. Como o terreno é da União, é proibido por lei que esse tipo de material histórico encontrado no local fique em mãos da sociedade civil. É preciso entregar para uma instituição pública", informou a pesquisadora. "Nessa visita, nós retiramos principalmente a parte do casco de um gliptodonte, que é parente dos tatus e já está extinto. Levamos parte do casco e da cintura pélvica [bacia]", explicou.

Scherer ressaltou a importância do sítio do ponto de vista científico. "Há cerca de um milhão a 10 mil anos, essa localidade abrigava animais da 'megafauna', que eram de grande porte. Alguns tatus, por exemplo, eram do tamanho de um carro pequeno. Conseguimos recolher outros materiais, que ainda não foram identificados", disse ao CN.

Segundo explica, o local abrigava uma lagoa, que era usada para hidratação dos animais e, atualmente, da população. "A Lagoa Escura era uma lagoa mesmo, e os animais chegavam na localidade para beber água. Os animais que encontramos podem ter morrido tentando beber água ou antes de chegar na lagoa. Atualmente, quando chove, a lagoa fica inundada, mas, com a seca e a necessidade de achar água, os moradores cavaram em busca de um olho d'água, mas encontraram a ossada", completou sobre a descoberta.
A professora Telma, como é conhecida Teobalda, disse que a luta agora é para montar um museu na comunidade, inclusive com réplicas dos animais encontrados. “Será muito bom, pois iremos atrair muita gente, a lagoa vai servir normalmente a população, mas ganharia novo status com kiosk, arborização, museu, enfim não é fácil, mas vou lutar por isso, nada mais justo, eu despertar para o curso de história, acontece um achado desse na porta de minha casa e não lutar para difundir o projeto”,disse a professora.


Da Redação | Informações e Foto: CN