quarta-feira, 2 de maio de 2012

Programa Globo Rural exibe matéria de cooperativa que está mudando a realidade de mulheres na zona rural de Santa Luz


Globo Rural programa produzido e exibido pela Rede Globo nas manhãs de segunda à sexta-feira e aos domingos, exibiu no domingo 22 de abril uma matéria sobre a cooperativa que está mudando a realidade de um grupo de mulheres na região de Miranda zona rural de Santa Luz.

A roda de ciranda reúne a luta e as conquistas de mulheres acostumadas com uma história que parecia ter sempre o mesmo ritmo. Unidas, hoje são as Mulheres de Fibra, uma cooperativa de produtoras rurais, que envolve 350 mulheres de 10 municípios.

Elas produzem artesanato e comidinhas gostosas. Se organizam em grupos e uma vez por mês se reúnem na sede em Feira de Santana para discutir os rumos da rede, como elas chamam a cooperativa.

Águida Oliveira, de 55 anos, é fundadora, responsável por um dos grupos e explica que homem não entra na rede, apesar de não ter nada contra eles. Mas conquistar toda essa autoridade não foi fácil, convencer os companheiros então...

A rede de mulheres criou mais de 50 produtos, entre artesanato e alimentos, e está conseguindo aumentar a renda de cada uma com matéria-prima que sempre fez parte da rotina delas, mas que nunca resultou em bons salários ou orgulho. Até que elas perceberam que ali por perto havia tudo o que elas precisavam para mudar.

A maioria das mulheres vive na região conhecida como o território do sisal. Santa Luz, a 250km de Salvador, é um dos municípios que empregam muitas trabalhadoras do sisal e que fazem parte da rede.

O sisal é uma planta de origem mexicana, que se deu muito bem no sertão baiano e rende boa fibra. Ele é usado na fabricação, principalmente, de tapetes. Depois que a palha é cortada, a planta rebrota naturalmente e as mulheres enfrentam com o facão afiado, uma vida que para muitas não foi uma escolha. O corte do sisal é um trabalho tradicional na região, mas paga-se pouco por isso. Para conseguir R$ 60 por semana, cada mulher precisa produzir mil quilos de sisal, o que significa que elas precisam encher o lombo do jegue 80 vezes.

Na hora de fazer arte com a fibra do sisal, as mulheres deixam o campo. Sentadas, agora bem mais descontraídas, elas reservam um dia da semana para o artesanato e fazem tudo com o fio da planta que colheram e ajudaram a beneficiar. Glória Maria do Carmo acha que vale a pena dedicar um dia ao artesanato. "Antes não dava nem para fazer uma feira, comprar uma roupa para um filho e agora já ajuda bastante", conta.

Além do sisal, as mulheres resolveram aproveitar uma outra riqueza da região: as frutas. Muitas são nativas, como o umbu. A colheita das frutas é feita também em grupo, nas terras de proprietários que dão permissão para a atividade sem cobrar por isso. A casa onde as polpas são preparadas é alugada. A cooperativa vende os produtos para a merenda de escolas do município e do estado e assim consegue renda extra durante quase o ano todo.

Nas feiras, o que faz sucesso é o beiju, feito com a fécula da mandioca. O trabalho é feito nas casas de farinha e rende R$ 12 por um dia inteiro na raspagem da mandioca. O beiju pode ser doce ou salgado e é vendido até por R$ 2,00 dependendo do recheio. Para montar as cozinhas, comprar equipamentos e material, a rede conseguiu financiamento através de linhas de crédito de programas sociais e recebe ajuda administrativa de uma ong, o MOC, Movimento de Organização Comunitária, que é muito atuante no fortalecimento da agricultura familiar do semiárido baiano. O objetivo é tornar as mulheres cada vez mais independentes.

Somando o salário do corte do sisal, da raspagem da mandioca, da venda do artesanato e dos alimentos, elas estão tirando de meio a um salário mínimo. Pode parecer pouco, mas muitas vezes é o dobro do que elas ganhavam antes.

No fim do dia, as mulheres voltam para as comunidades onde moram e mostram o quanto a renda extra da cooperativa está fazendo a diferença. Na casa de Maria da Paz e de todas as outras mulheres da rede, de mãos dadas, elas vão mudando o ritmo da ciranda.(Globo Rural)


Clique neste link para ver o vídeo:http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-rural/t/edicoes/v/no-sertao-da-ba-cooperativa-muda-a-realidade-de-um-grupo-de-mulheres/1913829/
Imagens

Povoado do Miranda zona rural de Santa Luz

Associação dos Moradores e Produtores de Miranda

Águida Oliveira, de 55 anos, é fundadora, responsável por um dos grupos
  
A apresentadora Priscila Brandão esteve na comunidade

 Artesanato feito na comunidade

Alimentos fabricados na comunidade

Da Redação