terça-feira, 1 de março de 2011

Supercomputador tem memória de cinco mil computadores juntos

Ele promete ajudar pacientes em qualquer lugar do planeta, diagnosticando doenças e apontando os melhores tratamentos, e todo mundo sabe que ele não tem coração. Você já ouviu falar de um tal de "Watson"?

Em Yorktown, interior de Nova York, no topo de uma montanha gelada, está o computador mais potente do mundo. Ele é grande, mas pelo que faz até que é pequeno. Ele tem 15 trilhões de bytes de memória - o equivalente a cinco mil computadores juntos.

Vamos entrar na casa desse supercomputador. É um ambiente escuro, e há um barulho muito alto, por causa do ar condicionado. Ele precisa trabalhar com a cuca fresca.

O nome dele é Watson e foi programado para achar respostas para qualquer pergunta em até três segundos - tempo suficiente para pesquisar seis milhões de livros, enciclopédias e dicionários, meio bilhão de páginas. “Levamos quatro anos para fazer esse computador entender a linguagem humana e responder a todas as questões" explica o cientista Chris Welty, o criador da supermaquina.

Watson virou celebridade e foi parar na TV. Ele desafiou os dois maiores campeões de conhecimentos gerais dos Estados Unidos.

O apresentador pergunta: que cidade dos Estados Unidos teve seu maior aeroporto batizado em homenagem a um herói da Segunda Guerra Mundial e seu segundo aeroporto, em homenagem a uma batalha desta mesma guerra?

Chris explica que o computador recebe as perguntas eletronicamente, por mensagem de texto. Ele seleciona grupos de palavras e, com elas, faz as pesquisas.

Watson responde à pergunta: Toronto. A plateia se decepciona, porque Watson errou. A resposta certa era Chicago. “Watson tem um índice de acerto de 75% nesse programa, enquanto o de um ser humano é de 40%”, defende o pai da máquina.

Ao contrario dos seres humanos, o computador não fica nervoso ou intimidado com um erro. O forte de Watson é calcular a probabilidade de suas respostas estarem corretas. Por isso, quanto maior era a chance dele acertar, mais alto ele apostava. Assim, depois de três dias de desafio, o supercomputador venceu a última edição do programa de perguntas e respostas mais visto dos Estados Unidos.

O repórter Rodrigo Bocardi foi até o cenário do programa em que Watson mostrou toda sua força, todo seu conhecimento e se tornou o grande campeão e onde ficavam os três competidores ficam no cenário. Assim que surgem as perguntas aquele que sabe a resposta aperta rapidamente este botão. Mas e Watson? A medida em que o computador sabia da resposta, o computador emitia um sinal, e o botão era apertado eletronicamente.

Watson levou um milhão de dólares - que serão doados a duas instituições de caridade. E a ideia agora é ajudar muito mais gente. Watson vai ser testado em dois hospitais americanos para buscar diagnósticos. Hoje, 25% dos erros médicos são provocados por uma avaliação incorreta.

“Na medicina, nós gostamos de muitas respostas para pensar na melhor forma de cura. E o Watson pode identificar qualquer tipo de doença e pesquisar as descobertas mais recentes no assunto," diz o médico Herbert Chase, da Universidade de Columbia.

No futuro próximo, médicos e pacientes em qualquer lugar do mundo vão poder recorrer a Watson para tirar dúvidas. Em tempo recorde, o computador dará todas as possibilidades de diagnostico e tratamento, por ordem de probabilidade. O médico, claro, é quem vai dar a palavra final.

"A nossa preocupação é que existe muita informação na nossa área e nem sempre assimilamos tudo. E o grande valor de Watson é esse: trazer todas as informações para médicos e pacientes tomarem a melhor decisão", explica Herbert Chase.

Esse é um belo motivo pra uma maquina entrar para a história.




Fonte: globo.com/fantastico