Pescadores do Açude do Poço Grande desmente o boato de que os peixes da pesca artesanal e industrial (tanques redes) estão contaminados. O boato, segundo pescadores, surgiu no programa Patrulha da Cidade apresentada pelo radialista José Socorro. A informação lançada no ar pelo programa afirma que o peixe do açude está contaminado pelo Projeto do Complexo Turístico por causa do banho e do transporte aquático motorizado.
Para os pescadores, peixes contaminados e como objeto estranho na boca, não passa de uma ‘história de pescador’. A informação que é repetida com frequência no programa Patrulha da Cidade prejudicou o trabalho e a produção de quase duzentos pescadores que viram as vendas caírem pela metade. “Com o projeto as vendas de peixes dos tanques redes e da pesca artesanal quase triplicaram, mas depois que José Socorro falou na rádio que os peixes estavam contaminados a venda caiu. Derrotou a nossa vida… Era comum vender entre dois a três mil quilos de peixe por semana quando o projeto começou a funcionar, mas depois que saiu essa conversa a venda quase nem chega a 800 quilos.” Disse bem revoltado o pescador e Secretário da Associação dos Pescadores do Poço Grande, o senhor Jurandir, ao ser questionado pelo Folha sobre a produção e a venda do peixe.
O engenheiro ambiental Matheus, responsável pela ordem ambiental do projeto, afirma que é ilusório dizer que a pesca está contaminada. Segundo ele, qualquer tipo de contaminação que afete o equilíbrio natural da vida aquática seria notável logo no princípio. “Não seria possível o peixe ser contaminado e ninguém perceber qualquer alteração no seu comportamento e na qualidade da carne” – Diz. Matheus disse ainda que o monitoramento da água e dos impactos ambientais no Complexo do Turístico do Poço Grande é diário, mas se haver dano ao ambiente, providências serão tomadas, como suspensão do banho por exemplo, enquanto durar as investigações.
O Secretário de Cultura e Turismo Gidalti Moura teve a difícil tarefa de acalmar os ânimos dos pescadores que estavam revoltados com a informação da possível contaminação. Eles ainda cobraram do secretário providência necessária para conseguir delimitar a área para o tráfego de embarcações motorizado, que segundo os pescadores isso sim está afetando a pesca. “Não estão obedecendo aos limites das bóias e elas estão muito próximas dos tanques redes”, a proximidade das embarcações prejudica a pesca. O Secretário garantiu que as bóias serão colocadas ainda nessa semana no lugar onde foi estabelecido anteriormente, mais afastado da bacia de pesca.
O pescador conhecido como José Pretinho deu a idéia que da segunda-feira a sexta-feira, o açude ficará liberado só para a pesca artesanal, já no sábado e domingo a pesca seria suspensa liberando o espelho d’água, afastado dos tanques redes, só para o transporte e o esporte náutico. O Secretário Gidalti achou por bem discutir esse e outros detalhes numa assembléia com todos os pescadores.
Fonte: Portal Folha
